Roger Waters e o muro brasileiro


Não sou fã de Pink Floyd tão menos de Roger Waters, mas sempre entendi suas letras, creio eu, e sim, sempre soube sua posição política, afinal suas letras retratavam bem isso, bem como sua história de vida.

Eis que, entre o 1º e 2º turno de uma eleição para presidência da republica o cara desembarca em São Paulo para fazer shows e, como faz no mundo todo, resolve falar o que pensa, mas o povo brasileiro, formado por seres superiores que são os donos da verdade acima uns dos outros, resolve trazer para o estádio a divisão existente entre os políticos para o que o cara pensa sobre o mundo.

Nem estou falando se é certo ou errado essa polarização politica entre os candidatos, mas o cara quis dar seu recado, como tem feito há anos via suas musicas. Seu maior clássico é falando sobre as divisões do mundo, pregando a união, mas o rock deixou de ser contestador e passou a ser coisa de gente ranzinza.

O festival Woodstock surgiu pregando a liberdade e hoje as pessoas se dividem entre vaias e aplausos se sua mente não entende o que tem cantado há anos.

Digo e repito, eu procuro conhecer a historia da pessoa que está escrevendo cada letra de musica, entender seu pensamento, ver o que ele quer dizer para evitar esses micos.

Roger Waters em seu segundo show em São Paulo mostrou que a censura está por chegar (será?) e o que pode vir a acontecer conosco. A única coisa que posso dizer é que passei uma boa parte de minha vida educacional cantando musicas do cara, mesmo sem eu gostar dele ou banda, para expor meus pensamentos, e hoje eu não quero ser mais um tijolo no muro.


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