Fiz terapia um tempo. Toda quarta-feira saia do serviço e
iara para o consultório. Chegava com um belo tempo de antecedência por conta do
trânsito e caminhava um pouco. Nesse caminhar eu pensava na vida, no passado e
presente e vislumbrava o futuro.
Dava meu horário e eu entrava e já era chamado para o tal
bate papo informal. A psicóloga, aparentemente, acabava uma consulta e saia
para fumar, pois o cheiro de cigarro naquele pequeno consultório era bem forte,
mas vamos fazer a terapia.
Vinha a primeira pergunta de como foi meu dia e semana, e eu
falava, era um uns bons 10 minutos nisso. Ela pegava o gancho em alguma fala e
perguntava algo e eu falava e acabava discorrendo para tal assunto, o qual ela
só balançava a cabeça como se aprovando os fatos, olhava para o relógio e, ao
final do tempo, dizia que eu estava certo, estava no caminho e que eu sabia
exatamente oque fazer.
A consulta tinha algo em torno de 40 minutos onde eu devia
falar uns 35 e ela me elogiava nos minutos finais.
Um dia fui sucinto, falei pouco, meio que respondia o que
ela falava e vi ali que ela começou a se perder. Teve que se nortear e eu,
mesmo ajudando, fiquei na minha. Aquele dia ela falou que eu estava mostrando
mudanças, que tinha coisas diferentes em mim e tinha que trabalhar isso. Entendi
que ela não gostou do cara mais “quieto” afinal teve que trabalhar.
Passei muito tempo de minha vida ouvindo de outras pessoas
que era legal fazer terapia, que essas pessoas mudaram e tal, mas pra mim não
somou nada, afinal a pessoa só me elogiava, e, caso eu contasse algo de errado
que eu tenha feito, ela falava que eu tinha feito porque quis e aprendi.
Lição de auto ajuda tem em vários livros por ai, e desabafar
por desabafar com alguém não foi nada interessante.
Comentários
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É legal expor o que pensamos, eu já fiz a minha parte e você está fazendo a sua agora, e eu agradeço.