Minha primeira vez: Sentindo Raiva

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Toda vez que chega uma copa do mundo de futebol eu me lembro da longínqua e fatídica copa de 1982, na Espanha. Tínhamos o melhor time do mundo, eu queria ser Zico, eu era encantando pelo Doutor Sócrates, pela irreverência do Casagrande, pelos dribles do, cortado, Renato Gaucho, achava Falcão um gênio, isso tudo com apenas 7 anos de idade.

Enfeitamos a rua, pintamos o Naranjito, mascote da Copa, bandeiras meu quarto era repleto de imagens desses jogadores, parede e armário com pôsteres de cada um, da seleção toda, pra mim, criança de tudo, era simplesmente entrar em campo e saber qual seria o placar final.

Mas apareceu um italiano chamado Paolo Rossi, que fez 3 gols em Valdir Peres e demos adeus à Copa do mundo. Eu chorava efusivamente, não me continha, não acreditava naquilo, e a reação foi uma só, arranquei tudo da parede, joguei no quintal, coloquei fogo, xingava cada um dos jogadores, peguei um latão de tinta preto e joguei na calçada pintada, eu me transformei em outra pessoa, e isso aos 7 anos de idade... Meus pais ficaram preocupados, acharam aquilo loucura, afinal eu era uma criança.

E pelo que me lembro foi a primeira vez que senti raiva de algo.

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